Os
dois vão de carro pela estrada e de repente sentem um solavanco.
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Ai, Joaquim. Parece que o pneu estourou.
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Como sabes?
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Não ouviste o barulho?... Vamos descer.
Descem,
examinam as rodas e veem que, de fato, um dos pneus está murcho.
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Anda, vai atrás de um macaco.
-- Como?! O zoológico fica a mais
de 30 quilômetros!
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Não me a refiro ao animal macaco, mas ao instrumento que serve para suspender o
carro.
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Suspender? Mas o que ele fez de errado?
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Estúrdio! Não falo de aplicar uma suspensão, mas de levantar um dos lados para
mudar o pneu.
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Ah... -- dá-se conta Joaquim. Abre o porta-malas e tira o macaco.
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Pronto. Está aqui. -- Insere o macaco no lugar adequado e começa a rodar a
manivela. O carro se levanta aos poucos do lado esquerdo.
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Eh, Joaquim! O pneu furado está no lado
direito. Tens que trocar de posição.
Joaquim retirara
o macaco e o leva paro o outro lado. Repete a operação anterior.
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Pronto.
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Pronto? Não achas que falta alguma coisa?
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Deixa-me ver...
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O estepe, o estepe.
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Estepe? Mas vejo aqui muitas árvores...
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Refiro- me ao pneu de suporte. Vai buscar.
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Não há por aqui loja de pneus. Onde iríamos comprá-lo?
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Não sabes que ele fica no compartimento de trás? Junto do macaco?
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Ah, então então era para isso que ele servia...
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“Servia”?
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É que... como o pneu estava sem uso e eu precisava de dinheiro, vendi-o na
semana passada.
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Vendeste? E agora? Como vamos tirar o carro do prego?
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Não é o prego que deve ser tirado do carro?
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Claro, claro... Quero dizer: como vamos chegar em casa?
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Ainda tenho aqui algum dinheiro, dá para pegarmos um ônibus. Em casa
providenciamos um reboque.
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Brilhante ideia! Felizmente ainda pensas. Vamos esperar o ônibus.
Ficam
um tempo à beira da estrada e veem que o céu está se carregando de nuvens.
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E agora? Vai chover. Vou buscar o
guarda-chuva no carro.
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Corre, Joaquim. Faz mesmo isso.
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Pensando bem, por que não entramos no automóvel?
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Mas não é perigoso, com um pneu furado?
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Ficamos só o tempo de passar a chuva, homem.
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Sendo assim, está bem.
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